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OPINIÃO: COVID mata mais pobres do que ricos - Por Samuel Nascimento



Todos os dias, as mortes de políticos, famosos e pessoas ricas são relatadas de forma assombrosa, causando comoção em grande parte da população, como se o mundo estivesse a ponto de se acabar, como se tudo fosse o caos. Todavia, ao dar ciência da morte de “Doutor Fulano” e “Deputado Cicrano”, os meios de comunicação deixam de citar o desaparecimento de inúmeros “Joãos” e “Marias” que também morreram, mas seus óbitos não são noticiados.


A principal ideia que tentam passar para a sociedade é que estamos todos no mesmo barco, passíveis de adquirir a doença e morrer sufocados, numa cama de hospital. De fato, isso acontece em caso de agravamento e nesta fase qualquer pessoa pode morrer, sendo pobre ou rica.
 

Entretanto, o caminho que vai do contágio à morte pela doença é muito diferente entre os pacientes, levando-se em conta a situação social de cada sujeito. Os ricos têm planos de saúde. Os pobres, o SUS. Isso quer dizer alguma coisa.


Hoje existem técnicas avançadas de prevenção e tratamento do Covid 19, tais como consulta por videoconferência, atendimento domiciliar, inúmeros suplementos vitamínicos que elevam a imunidade, pulsoterapia e outras modalidades de assistência que favorecem aqueles que as podem dispor.

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O grande problema está no verbo “dispor”. É nesse ponto que surge a diferenciação. A grande maioria da nossa população está entregue a um sistema de saúde falido, sem estrutura e capacidade para salvar vidas e muitos dos pacientes que morrem nos hospitais públicos até sobreviveriam se fossem assistidos adequadamente. Por isso se ouve dizer que algumas pessoas entraram andando em determinadas UPA’S e saíram mortas. Certamente alguma coisa anormal aconteceu.


O mais intrigante é que certas mortes não deveriam ocorrer, pois Estados e Municípios estão abarrotados de dinheiro público vindo do Governo Federal para as ações de combate ao maldito vírus. Porém, as pessoas que recorrem às unidades públicas de saúde estão recebendo dipirona pra baixar a febre e sendo postas em isolamento. Dias depois muitas voltam para serem internadas, uma vez que os demais medicamentos que fortalecem o organismo e ajudam o paciente a se recuperar não são ministrados. Só paliativos e isso nos revolta. Daí o motivo porque as estatísticas desfavorecem os mais necessitados.
 

Concluo dizendo que é preciso ação de prevenção no combate a pandemia, pois a mesma ainda é o grande diferencial. Todavia, no tratamento da doença, a justiça tem que ser feita aos mais pobres, pois os mesmos têm direito à vida, a uma assistência digna, já que também pagam impostos.


Saudações a todos os bayeuxenses,

SAMUEL DOS SANTOS NASCIMENTO

Servidor do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba; Bacharel em Direito UEPB; Historiador UFPB; Especialista em Direito Administrativo e Gestão Pública FESMIP.


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