Morreu no fim da tarde de hoje no Hospital Regional de Patos o paciente Carlos Antônio dos Santos Freitas, de 34 anos, mais conhecido em Patos por Carlinhos, que estava einternado no setor de isolamento Covid do Complexo, desde a última segunda-feira (28), ocupando um dos leitos da UTI. Com quase 300 quilos, Carlinhos sofreu uma parada cardíaca e não respondeu às diversas tentativas de reanimação feitas pela equipe do hospital. No início da noite, saiu o resultado do exame que atestou a infecção pelo novo coronavírus. Uma cópia foi encaminhada à família do paciente.
Por causa de sua obesidade elevada, o quadro geral dele era grave e inspirava cuidados principalmente, pelo excesso de peso. Ele havia sido intubado e estava sob monitoramento intensivo.
O coordenador do setor Covid do Complexo, Dr. Pedro Augusto, lembra que embora o teste rápido feito na UPA em Carlinhos tenha dado negativo, os sintomas e avaliação clínica do paciente eram indicativos do Covid. “Esse teste rápido tenta diagnosticar a presença de imunoglobulinas, mas ele tem várias falhas, entre elas o tempo de sintoma, porque quando o paciente está com poucos dias de sintoma, o organismo ainda não produziu imunoglobulinas, ou seja, essas defesas. Então, se o teste rápido for feito muito cedo, ele dará um falso negativo”, esclarece o médico.
Segundo Dr. Pedro, ao chegar ao hospital foi feito o Swab, que é um exame de maior sensibilidade que detecta o vírus de forma precoce, já que ele identifica a presença do vírus nas vias aéreas do paciente. “Mesmo sem o resultado do Swab, que demora uns dias porque é preciso de tempo para isolar o vírus, a observação clínica e laboratorial de Carlinhos e os exames complementares já identificavam uma pneumonia viral, que é uma das intercorrências do Covid, e portanto, ele já havia começado o tratamento contra a doença”, diz Dr. Pedro, lembrando que a gasometria do paciente também indicou a doença. “A gasometria vê a oferta de oxigênio e o que realmente o paciente tem conseguido absorver deste oxigênio. A relação normal é acima de 300. Um paciente com pneumonia viral grave, por exemplo, tem uma relação menor que 100 e Carlinhos estava apresentando 68, muito aquém do que seria normal, o que era um forte indicativo de pneumonia viral”, disse o médico.
Carlinhos tinha problemas mentais e chegou a pesar 420 quilos em 2015. Submetido a um tratamento médico que durou dois anos, ele conseguiu perder quase 230 kg em 2017. Um ano depois, ele deixou a dieta e foi visto pedindo esmolas no Centro de Patos.
ParlamentoPB
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