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MS suspende uso da vacina contra covid-19 da AstraZeneca em mulheres grávidas e puérperas




Gestantes e puérperas adultas que receberam a primeira dose da vacina Astrazenca/Fiocruz contra covid-19 já podem receber imunizantes de outros fabricantes para completar o esquema vacinal. A medida começou a valer a partir desta terça-feira (27), de acordo com a disponibilidade de doses dos municípios. A recomendação é do Ministério da Saúde (MS), com base na Nota Técnica emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 10 de maio.
Na ocasião, o órgão recomendou a suspensão do uso da vacina contra covid-19 da AstraZeneca/Fiocruz em mulheres grávidas e puérperas até 45 dias após o parto devido ao risco de eventos adversos. As pessoas deste grupo que receberam a primeira dose com vacinas da Pfizer e Coronavac receberão a segunda dose normalmente com imunizantes do mesmo fabricante.

A orientação atual é que esse grupo receba, obedecendo ao prazo inicialmente estipulado de 90 dias entre as doses, a vacina da Pfizer, preferencialmente. Caso este imunizante não esteja disponível na localidade, poderá ser utilizada a vacina Sinovac/Butantan. De maneira geral, as vacinas contra covid-19 não são intercambiáveis, ou seja, indivíduos que iniciaram a vacinação deverão completar o esquema com a mesma vacina. No entanto, considerando que todos os imunizantes objetivam a indução de resposta imune contra o mesmo antígeno, uma segunda dose de outra vacina é capaz de ampliar a resposta imune nos indivíduos. O uso de vacinas de diferentes fabricantes é conhecido como intercambialidade, está fundamentado nos princípios básicos da imunologia e já é realizado com outras vacinas.

O secretário de Saúde do estado, Geraldo Medeiros, lembra que já foram publicados resultados de um estudo de intercambialidade com a vacina da fabricante Pfizer e a vacina de vetor viral da AstraZeneca, indicando uma resposta imune robusta associado a um bom perfil de segurança. Segundo ele, essa decisão é muito relevante para proteger mulheres gestantes e puérperas de quadros moderados e graves da covid-19. “Não é novidade que o vírus é muito mais agressivo para esse grupo e é de fundamental importância a segunda dose da vacina para protegê-las. A intercambialidade é um método já conhecido pela ciência e com eficácia comprovada, que pode ser utilizado com segurança em situações onde não seja possível administrar a segunda dose com o mesmo produto, seja por falta do mesmo produto ou por outras preocupações”, garante.

Estão registradas no sistema de informação SI-PNI 701 mulheres pertencentes a este grupo e que receberam a primeira dose da vacina Astrazeneca/Fiocruz em todo estado. Os municípios que concentram o maior número de gestantes vacinadas com o imunizante da AstraZeneca são: Santa Rita (98); Cabedelo (65); João Pessoa (64); Cajazeiras (62) e Pocinhos (49).

Em 2021, a Paraíba já registrou a morte de 27 gestantes e puérperas por covid-19, apenas uma havia sido vacinada. A SES reforça que a vacinação é o único método eficaz para frear a disseminação do vírus causador da covid-19 e que, mesmo após receber a segunda dose, continuam obrigatórias todas as medidas de segurança como uso de máscara, higiene das mãos e distanciamento social.
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