Entre os meses de janeiro e abril de 2021, foram atendidas aproximadamente 1.400 pessoas em situação de crise psiquiátrica no Pronto Atendimento em Saúde Mental (Pasm). O programa funciona 24 horas, todos os dias, no Complexo Hospitalar Governador Tarcísio Burity (Ortotrauma), no bairro de Mangabeira. Por ser considerado serviço essencial, a Prefeitura de João Pessoa manteve o atendimento a população no período de pandemia.
Segundo Alexina Bezerra, coordenadora do Programa, “considera-se urgência psiquiatra quaisquer distúrbios que sinalizem alterações nos pensamentos, nos sentimentos, nas ações ou nos comportamentos de alguém. Ela explica que são condições clínicas que exigem atendimento imediato diante de risco significativo para a pessoa em questão ou para aqueles do seu convívio familiar ou social”.
O caso de Silvia (nome fictício), de 52 anos se encaixa nessa discrição. Conceição (nome fictício), sua irmã, conta que ela teve um surto durante as últimas eleições presidenciais ao ouvir sua outra irmã se queixar da situação do país e do risco de perda de benefícios. “Foi terrível. Em crise a pessoa se mutila, tenta se matar, torna-se agressiva, um perigo para ela e para os outros. O serviço do Pasm é essencial, porque num momento de crise como esse não é possível à gente administrar a situação em casa. É necessária uma intervenção profissional”, argumenta.
Oito leitos estão disponíveis no Pasm, distribuídos em quartos masculinos e femininos, podendo haver disponibilidade de mais unidades em caso de necessidade.
Atendimento humanizado – Durante a internação dos pacientes são realizadas conversas telefônicas e diálogos com os familiares ou responsáveis sobre orientações e a continuidade do tratamento em saúde mental na rede de Atenção Psicossocial do Município. Na avaliação da coordenadora do Programa, o isolamento social favorece a ansiedade e a depressão.
Foi o que ocorreu no caso de Ana (nome fictício). “No ano passado, com essa pandemia, ela perdeu o emprego, não via mais os amigos, tinha medo de pegar a doença e morrer. Foi ficando esquisita, isolada, e começou a falar sozinha, não dormia direito, ficava agressiva com a família. Um dia tava ameaçando bater no pai se não deixasse ela sair. Aí os vizinhos chamaram o Samu e ela foi levada para o Pasm e ficou internada. Agora continua em tratamento”, falou a mãe da jovem.
O serviço – O Pasmrecebe casos de urgência e emergência em saúde mental de pacientes com idade a partir de 18 anos moradores das cidades de João Pessoa, Cabedelo, Bayeux e Santa Rita. O programa oferece atendimento de uma equipe multidisciplinar que envolve o médico psiquiatra, psicólogo, assistente social, enfermeiro, técnicos de enfermagem e equipe de apoio.
Após a acolhida, o paciente é encaminhado ao médico psiquiatra que avalia, medica e libera para casa, ou determina a permanência para estabilização do quadro clínico. O usuário poderá permanecer no Pasm até 72 horas, depois é encaminhado para outros serviços da Rede Municipal de Saúde. O serviço funciona 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana e feriados. Alexina Bezerra, garante que os atendimentos são realizados com respeito as normativas da saúde para evitar aglomerações e a transmissão ou disseminação da Covid -19.
Serviço
Pasm (Complexo Hospitalar de Mangabeira – Ortotrauma)
Endereço: Rua Agente Fiscal José Costa Duarte, s/n, Mangabeira II.
Telefone: 3218-9727
Horário de Atendimento: 24 horas
Redação Bayeux em Foco
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